segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Carta aberta a todos os candidatos a vereador

Através desta carta aberta manifesto minha posição quanto aqueles que desejam conversar comigo pleiteando uma vaga na câmera municipal:

1- Eu sou absolutamente contra o voto de cajado, portanto, não adianta virem a mim desejosos com que eu indique os seus nomes aos membros da minha igreja, considero os que se comportam desta maneira como indivíduos manipuladores e sem caráter. 

2- Eu não acredito no messianismo evangélico, portanto, me poupe de frases do tipo, "Deus me chamou, me ungiu ou até mesmo eu sou o escolhido do Senhor para o cargo. Aqueles que me conhecem sabem que não advogo a ideia que comumente tem tomado conta de parte dos evangélicos nos dias de hoje. Não creio na manipulação religiosa em nome de Deus, não creio num messianismo onde a utopia de um mundo perfeito se constrói a partir do momento em que crentes são eleitos, não creio na venda casada de votos, nem tampouco no toma-lá-dá-cá onde eleitores são trocados por benesses de políticos.

3- Eu não vendo ou troco o voto do meu rebanho por cargos públicos, terrenos, benesses ou benfeitorias. Portanto, não me façam propostas indecorosas

4- Não me peçam para que eu lhes apresente publicamente em nosso culto. Creio que o culto de uma igreja é para glorificar a Cristo e não para arrecadar votos para quem quer que seja.

5- Não me peçam para distribuir "santinhos"aos membros da minha igreja, mesmo porque sou absolutamente contra a esse tipo de propaganda na Casa do Senhor.

6- Não venham me oferecer cimento, asfalto, ou qualquer outro tipo de benefício público. Os que fizerem isso sofrerão o meu repúdio e indignação.

Aproveito o ensejo para afirmar que o meu compromisso primordial é com o evangelho da Salvação Eterna e que em virtude disso,  não abrirei mão da minha consciência cristã, bem como das verdades absolutas das Escrituras.

Naquele que Vive e reina!

Fonte: Renato Vargens

domingo, 2 de setembro de 2012

DEUS PERMITE O DIVÓRCIO? E O SEGUNDO CASAMENTO?

O divórcio é permitido por Deus? Quem casa pela segunda vez comete adultério? Estas são questões antigas e muito delicadas. Em alguns aspectos, a Bíblia é clara, mas em outros, nem tanto. Por isso surgem as dúvidas, discussões e facções.
Bom, vamos começar do começo. Na época anterior às Leis, era permitido e muito comum que um homem abandonasse sua mulher por motivos banais (excesso de celulite ou arroz queimado, por exemplo). Naquele tempo, a mulher era extremamente desvalorizada e as que eram rejeitadas pelo marido, tornavam-se marginalizadas. Inclusive as próprias famílias se recusavam a aceitá-las de volta e muitas, acabavam sobrevivendo às custas de esmolas ou prostituição.
A Bíblia nos conta, em Deuteronômio 24:1 a 4, que por este motivo Deus permitiu ao homem dar certidão de divórcio à sua mulher. Ou seja, com este documento em mãos, ela teria a oportunidade de se casar novamente. Pois bem, pulando uma boa parte da história, chegamos em Jesus. Em Mateus 5:31 e 32 ele diz: “A lei de Moisés diz: Se alguém quiser divorciar-se de sua esposa, deverá entregar-lhe um documento do divórcio. Porém eu digo que se um homem se divorciar de sua esposa, a não ser por causa de imoralidade sexual, faz com que ela, casando-se de novo, cometa adultério. E aquele que se casar com ela, também comete adultério.”
Aqui fica muito claro que o divórcio é permitido por Deus apenas em caso de imoralidade sexual (original grego: pornéia – práticas sexuais ilícitas). No meu ponto de vista, tudo aquilo que é feito fora da aliança do casamento ou dentro dela, mas sem amor, é considerado imoralidade sexual. Quer dizer então que se meu marido acessar pornografia ou minha esposa beijar outro homem posso me divorciar? Aí entramos em outra questão: o perdão. Não posso criar uma regra. Cada caso é um caso. Se esta é sua dúvida, sugiro que leia: Devo perdoar uma traição?
“Mas Dani, e se meu cônjuge comete práticas sexuais ilícitas com frequência e não se arrepende?” Em 98% dos casos (estatística minha), as pessoas sabem muito bem com quem estão se casando. A paixão avassaladora acaba deixando de lado alguns “detalhes” importantes, mas nem por isso podemos nos isentar da culpa. Toda regra tem sua exceção, mas na grande maioria dos casos (a não ser que haja uma intervenção divina), o defeitinho do namoro vira um verdadeiro tornado no casamento. Mas como a decisão de casar também foi sua, creio que deva assumir as consequências do erro e permanecer casado.
A Bíblia nos ensina lá em 1 Pedro 3:1 e em 1 Cor 7:12 a 14, que através do nosso testemunho de vida podemos “ganhar” o cônjuge para Cristo. Ou seja, pela nossa conduta honesta e respeitosa, ele pode ser transformado. Quanto tempo isso pode durar? Não sei. Talvez alguns meses ou uma vida inteira. “Mas eu vou sofrer a vida toda?” Como eu disse anteriormente, existem casos e casos. Por obediência a Deus e à Palavra, eu diria que sim, você deve aguentar até o fim. Se você cumprir a sua parte, sei que Deus será fiel para cumprir a Dele! Mas creio também que o Senhor nos deixou a “cláusula da exceção” por amor. Ele entende o nosso sofrimento e sabe que somos falhos e pecadores.
Conheci o caso de uma esposa que se casou com um homem exemplar. Ele era cristão, assim como ela. Toda a família apoiou a união. Mas ela não fazia ideia de que o seu pretendente escondia um segredo: o desejo incontrolável por sexo anal. Durante anos ela cedeu, contra a sua vontade, mas chegou num ponto em que os machucados físicos e os da alma ficaram insuportáveis. Ela pediu o divórcio e depois de alguns anos, se casou novamente. Hoje ela é muito feliz neste novo relacionamento. Creio que o Senhor não a condenaria por isso. Ela tentou satisfazer seu ex-marido durante anos, mas ele não se importou com o seu sofrimento. Não acho que seja certo uma pessoa optar por pular num abismo e querer levar o cônjuge junto. Era exatamente isto que este homem estava fazendo. Creio num Deus de amor e justo, que não sente prazer no sofrimento do filho.
Aqui deixo uma dica para os solteiros: Converse sobre TUDO com o seu futuro cônjuge, inclusive sobre assuntos delicados como: sexo anal, sexo oral, pornografia e masturbação. Como eu disse, o defeitinho do namoro costuma se transformar num tornado no casamento, pode acreditar! Recomendo que leiam: Ela é a pessoa certa pra eu casar?
Mas e quanto ao segundo casamento? É permitido por Deus? Pra mim é óbvio. A carta de divórcio foi permitida exatamente por este motivo, para que a mulher tivesse a oportunidade de se casar novamente. Se não fosse assim, uma simples separação resolveria. Subentende-se no texto de Mateus 5, citado no início do post, que a parte culpada cometeria adultério casando-se de novo, já a inocente, não.
Mas digo e repito, existem casos e casos. Deus conhece as intenções dos corações. Ele sabe exatamente quanto tempo você tentou permanecer casado (isso se tentou), e sabe se o seu desejo de se casar novamente é puro. Você pode até mascarar a situação, mas de Deus não se esconde nada. Quanto aos que se divorciaram antes de conhecer a Cristo e desejam se casar novamente, não há muito o que dizer. A vida começa do zero quando recebemos Jesus em nossas vidas!
Gostaria de lembrar, que no plano original de Deus para o casamento não existia o divórcio. Seu ideal era que homem e mulher permanecessem casados até que a união fosse rompida pela morte. Vejam:
“Um dia, os fariseus vieram provocá-lo: “É permitido um homem divorciar-se da esposa por qualquer razão?”. Jesus respondeu: “Vocês não leram que o Criador, no plano original, fez o homem e a mulher um para o outro, macho e fêmea? Por causa disso, um homem deixa pai e mãe e une-se à sua esposa, tornando-se uma carne com ela. Não são mais dois, mas apenas um. Deus criou uma união tão perfeita, que ninguém pode ter a ousadia de profaná-la, separando-os”. Eles retrucaram: “Se é assim, por que Moisés ordenou que o marido mandasse sua mulher embora, dando-lhe uma certidão de divórcio?”. Jesus disse: “Moisés deixou o divórcio apenas como concessão por causa do coração duro de vocês, mas não era parte do plano original de Deus. Estou apresentando o plano original”. Assim, se alguém se divorciar de uma esposa fiel e se casar com outra pessoa, a responsabilidade do adultério recairá sobre ele. A única exceção é o caso quando uma das partes comete imoralidade sexual. (Mt 19:3 a 9 – Bíblia A Mensagem)
Percebam que Jesus permite o divórcio (em caso de imoralidade sexual), não ordena .
“Mas Dani, e quanto ao versículo 6 do capítulo 19 de Mateus: “Portanto, o que DEUS AJUNTOU não o separe o homem” ?” Você tem certeza que foi Deus quem os uniu? Ou foi a oração do padre, do pastor e uma linda cerimônia? O versículo não se enquadra quando os pombinhos são motivados pelo ímpeto das emoções e do engano do coração apaixonado, e não pela vontade soberana de Deus.
E pra finalizar, gostaria de deixar alguns versículos que esclarecem todas as questões colocadas acima. Se temos a nossa vida totalmente regida pelo Espírito Santo de Deus, ele nos dirá como agir diante de cada situação. Mas se ainda somos controlados pela natureza humana, o divórcio sempre será uma opção, porque os frutos da carne são: “imoralidade sexual, impureza e libertinagem, idolatria e feitiçaria, ódio e discórdia, ciúme e ira, egoísmo, queixas e críticas, dissensões, facções, inveja, embriaguez, orgias e toda essa espécie de coisas. Mas quando o Espírito Santo controla as nossas vidas, os frutos são: amor, alegria, paz, paciência, retidão, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio”. (Gálatas 5: 19 a 23)
“Mas como é esse negócio de ser guiado pelo Espírito Santo de Deus?” A partir do momento que confessamos com os lábios Jesus como Senhor e Salvador das nossas vidas, e cremos com o coração, somos salvos (conforme Romanos 10:9). Esse mesmo texto nos diz no versículo 14: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar?” Você precisa conhecer Jesus para poder crer. “Como conhecê-lo?” Lendo a Bíblia. Recomendo que compre uma versão mais fácil de entender, como a NVI, a Bíblia Viva ou A Mensagem, e comece pelo livro de João, no Novo Testamento (pelo índice é fácil encontrar). Leia e releia este livro. Quando cansar, leia os outros evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas). Enquanto estiver lendo, peça a Deus que abra o seu entendimento e te encha do Espírito Santo: “Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que está no céu dará o Espírito Santo a quem o pedir!” Lc 11:13. Depois, leia as cartas que seguem e assista de camarote uma transformação incrível acontecer em sua vida. Não estou falando de bens materiais, mas de bens espirituais!
Gostaria de deixar duas ressalvas:
- Se você e seus filhos estão correndo risco de vida ou sofrendo abusos, sugiro que se afastem por um tempo. Neste período, orem juntos buscando a direção de Deus. Busquem também ajuda de pessoas que compartilham desta mesma fé.
- “Uma pessoa em processo de divórcio pode permanecer num cargo de liderança na igreja?” Acredito eu, que o sofrimento causado pelo divórcio faça com que a pessoa sinta automaticamente o desejo de ser ministrada e não de ministrar. Mas existem exceções. Se uma esposa que foi traída e abandonada pelo marido é professora de crianças, por exemplo, e sente o desejo de continuar ministrando, não vejo problema algum, desde que o sofrimento dela não seja transmitido às crianças durante as aulas. Se você é líder de uma comunidade, peça sabedoria a Deus para lidar com cada situação: “Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade, e lhe será concedida.” Tg 1:5. Um casal em processo de divórcio precisa ser amado, acolhido e pastoreado. O amor traz cura, a condenação mata

Fonte:Dani Marques

Marisa Lobo critica “opressão sexual” de igrejas e afirma: “Se mulher fosse feita apenas para procriar, Deus não criaria o clitóris”

A psicóloga Marisa Lobo, que viaja o país palestrando sobre assuntos ligados ao combate às drogas e à sexualidade, publicou um artigo em sua coluna no Gospel+ sobre o prazer feminino no sexo.
De acordo com Marisa Lobo, ainda há muita ignorância sobre o tema no meio cristão: “Muito tem se falado de sexo na igreja e é bom que a igreja se preocupe com esse assunto, pois muitas mulheres sofrem muito, por não saberem até onde podem ir, se podem, até onde se tem o direito de sentir prazer e etc. Há muitos tabus em cima da sexualidade da mulher que deve ser esclarecido com verdade e clareza a fim proteger a mulher e sua saúde mental”, escreveu.
Marisa rebate o argumento de que a mulher não pode sentir prazer durante a relação sexual: “Se a mulher fosse feita apenas para procriar, Deus não criaria o clitóris feminino que só tem a função de gerar prazer na mulher”, observa.
Em seu texto, a psicóloga relata que há líderes evangélicos que extrapolam os limites de orientação e passam a interferir de modo indireto na vida sexual de casais membros de suas igrejas: “Em minhas andanças pelo Brasil, mulheres oprimidas por pregadores preconceituosos, que nem sequer sabem o que é sentir um orgasmo. Essa ignorância tem que acabar”, pontua.
Marisa Lobo ilustra sua declaração com o relato de um caso considerado por ela como “cúmulo da alienação”.
-Recentemente, em uma de minhas palestras em uma grande Igreja no Brasil, uma mulher me disse que ouviu de um renomado pastor, que Deus apreciava tanto o sexo que envia anjos para observarem o ato. “Misericórdia!”, gritei. Fiquei imaginando a cena, você lá com o maridão e os anjos te olhando. Que coisa mais bizarra, parece voyeurismo. É o cúmulo da alienação e da opressão sexual. Pastores querendo até controlar o que as mulheres fazem e sentem no sexo com seus maridos? Ou foi uma forma subliminar de dizer não traiam seus maridos porque Deus está vendo? E por acaso já não sabemos disso?! – questiona.
Os relatos de Marisa sobre o assunto formam um retrato do que, segundo ela, boa parte das mulheres cristãs entendem como adequado na relação sexual: “Em conversas mais íntimas com essas mulheres em todo Brasil, pude observar que é geral a ideia que para ser cristã, uma mulher de Deus, é necessário ceder ao marido apenas como obrigação. Eu ensino que ‘ceder’ ao marido é uma ótima brincadeira e vai te deixar muito mais feliz se entender o que realmente Deus quis dizer com isso, eu digo sempre que Deus quis dizer ‘se deleite minha filha, é direito seu!’, afirma a psicóloga.
-O sexo com prazer é um dom que Deus dá às pessoas casadas para o prazer de ambos e não como dizia a era Agostiniana: “um mal necessário, somente para procriação” – contextualiza.
Marisa Lobo frisa ainda que “a mulher cristã, deve relaxar tendo em mente que Deus quer sua felicidade e pensou muito em seu prazer, por isso temos um clitóris e curiosidade. Podemos atingir orgasmos múltiplos e quantas vezes quisermos, já o homem sabemos ser mais difícil”, ressalta.
Leia a íntegra do artigo “Prazer Feminino”, de Marisa Lobo, em sua coluna, seguindo este link.

sábado, 1 de setembro de 2012

“Músico Cristão pode tocar secular?” – Veja o que pensa João Alexandre

Anos atrás peguei o edital do vestibular Universidade Federal da Paraíba para decidir que curso fazer e seguir carreira profissional. Dentre tantos que cogitava, um curso me chamara bastante atenção: “Música Popular”. Tratava-se de um curso novo no campus, e que era voltado para a musicalidade popular, folclórica, menos próxima das escolas eruditas, como é de tradição nas academias do Brasil. Assim como um músico orquestral, o músico popular estaria habilitado para seguir carreira, vendendo sua força de trabalho para o mercado e vivendo dignamente como qualquer outro profissional das outras áreas.
Este embate me fez repensar o que por muitos anos foi inadmissível por parte de igreja. “Poderia eu tocar secularmente”? Era comum se cobrar de um músico novo convertido o abandono total de suas funções no secular na argumentação de que aquela atividade não era para glória de Deus, em detrimento do servir integralmente ao louvor da igreja, enquanto esta se levantava em oração para que um outro emprego “digno” aparecesse para o recém chegado músico.
Repensando nesta questão, que considero praticamente resolvida (sou otimista), trago pequenos trechos do livro “Músico – profissão ou ministério”, do cantor e compositor João Alexandre e de Luciano Garrutti Filho, em que ele (João) contribui com sua opinião sobre o assunto. Acompanhe:
1) Tocar para glória de Deus significa tocar só música evangélica?
J.A.: É bom que se lembre que Deus não é evangélico. Deus é Deus. Há uma tendência de achar que a nossa música, ou a música executada pelos evangélicos, seja a música correta. (…) a música não possui caráter o credo religioso. No tocante à letra, qualquer música que se enquadre naquele versículo que diz: “Quanto ao mais, irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo que é justo, tudo o que é puro, tudo que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”. (Filipenses 4:8); pode ser cantada, não precisa ser necessariamente música evangélica. Existem músicas que nem evangélicas são, e que falam sobre verdades muito bonitas, sobre valores intrínsecos, os quais estão de acordo com os valores bíblicos. Tudo o que está contido na Verdade bíblica é passível de ser cantado, sem qualquer constrangimento. Aliás, depois da conversão já não deveria mais haver distinção entre aquelas atividades que são consideradas como carnais, e aquelas consideradas como espirituais. O que queremos dizer com isso é que, depois da conversão, tudo o que fazemos deve ser espiritual. Lavar o carro deve ser tão espiritual quanto cantar um “corinho”, por exemplo. A Palavra de Deus nos ensina que devemos andar em Espírito (Gálatas 5:16, 25; Colossenses 1:10; 2:6), significando que o estar em Cristo não é constituídos em atos isolados, mas de um estilo de vida motivado por um coração transformado por Deus.
2) O músico profissional cristão deve e pode trabalhar em ambientes tais como bares, restaurantes, etc.?
J.A.: Isto seria o mesmo que perguntar a um médico se ele pode trabalhar em um hospital ou clínica. Com certeza, um médico não iria clinicar no bar da esquina, ou em meio a um restaurante, assim como seria pouco provável que um músico viesse a tocar em um determinado hospital ou maternidade. O que está em questão aqui não é a atividade em si mesma, mas o ambiente onde ela é geralmente executada. O ambiente no qual o músico trabalha é um ambiente geralmente rotulado como pernicioso e nocivo à moral pela maioria do setor evangélico da sociedade. Isto acontece pelo fato de haver em alguns desses lugares a presença de drogas, bebidas, e coisas do gênero. Todavia, gostaríamos de lembrar aos leitores de que o ambiente de trabalho de um músico não se restringe “única e exclusivamente” a lugares como os descritos acima. Existem outros ambientes sociais onde o músico pode exercer a sua profissão, tais como: concertos de música clássica, casamentos, recepções, etc.; os quais são desprovidos deste caráter pernicioso. Além disso, as drogas, bebidas, e coisas do gênero também estão presentes em outros ambientes de trabalho tais como: hospitais, na política, etc. Não é necessário ser músico para entrar em contato com a triste realidade do mundo a nossa volta. Vale a pena dizer que nem sempre o músico tem o privilégio da escolha. Em tempos de “vacas magras”, a fim de sustentar sua família (pois apesar da desatenção de muitos, sim! o músico também é pai de família, e como tal possui muitas possibilidades) ele pode vir a ter que tocar em ambientes que não são de sua preferência pessoal, o que não significa que por isso ele venha necessariamente corromper-se, ou coisa semelhante. A única diferença entre a música e as demais profissões é que ela vem sofrendo grande preconceito por parte da sociedade em geral por vários anos. O músico, graças a algumas questões culturais, carrega aquele estereótipo de bom vivan, o qual em hipótese alguma condiz com a realidade dos fatos. É aquela velha estória da preguiçosa cigarra que vivia a cantar o dia inteiro, enquanto que a valorosa formiga somente trabalhava. Há também o ditado que diz que Deus ajuda a quem cedo madruga. É um ditado “bonitinho” este, o único problema é que ele desconsidera os músicos e os guardas-noturnos, que trabalham durante a noite. Agora, um músico profissional cristão deve ser uma pessoa preparada para enfrentar ambientes como estes sem se deixar influenciar e, se possível influenciar aqueles que o cercam para que se aproximem de Deus. É aí que entra o papel da Igreja, não como elemento repressor, mas como aquela que há de prover ao músico o suporte espiritual e emocional para que ele seja luz no mundo e sal da terra, e faça diferença no meio onde vive. O músico, sempre é obrigado a ser uma benção na vida de seus irmãos, e raramente tem o privilégio e a oportunidade de ser abençoado por estes.
Fonte:  Antognoni Misael